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Os trabalhos da edição – intitulada "Como (...) coisas que não existem" – foram concebidos dentro do conceito de “projeto”, muitos realizados em colaboração entre dois ou mais indivíduos: artistas e profissionais de outras disciplinas, como pedagogos, sociólogos, arquitetos ou escritores. Firmou-se como uma exposição profundamente conectada com alguns temas centrais da vida contemporânea: identidade, sexualidade e transcendência.

Presidente da Bienal: Luis Terepins
Curadores: Charles Esche, Pablo Lafuente, Nuria Enguita Mayo, Galit Eilat, Oren Sagiv
Curadores associados: Benjamin Seroussi, Luiza Proença

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"O título da 31ª Bienal de São Paulo – Como (…) coisas que não existem – é uma invocação poética do potencial da arte e de sua capacidade de agir e intervir em locais e comunidades onde ela se manifesta. O leque de possibilidades para essa ação e intervenção está aberto – uma abertura que é a razão da constante alteração do primeiro dos dois verbos no título, antecipando as ações que poderiam tornar presentes as coisas que não existem. Começamos por falar sobre elas, para em seguida viver com elas, e então usar, mas também lutar por e aprender com essas coisas, em uma lista sem fim. Considerando que a nossa compreensão e capacidade de ação são sempre limitadas ou parciais, muitas coisas ficam de fora dos modos comumente aceitos de pensar e de atuar. Porém, essas coisas que não existem são essenciais para superar expectativas e convicções. Quando nos encontramos sem saída, debatendo sobre explicações distintas sobre nossa experiência no mundo, as coisas que não existem se tornam tangíveis em sua ausência. Elas nos confrontam quando testemunhamos injustiças ou quando encontramos situações que nos parecem insuperáveis, pois nos fazem falta as ferramentas necessárias para agir"

"Como (...) coisas que não existem". In MAYO, Nuria Enguita e BELTRÁN, Erick (orgs.). Guia 31ª Bienal de São Paulo: como (...) coisas que não existem. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 2014, p.17 (guia de exposição)

"No livro Les Différents Modes d’existence, Étienne Souriau deu forma, no final dos anos 1930 e numa linguagem por vezes empolada, a uma metafísica que visava dar acolhida justamente a esses seres dos quais não se pode dizer com precisão se existem ou não segundo os parâmetros e gabaritos de que dispomos. (...) Para Souriau, a arte e a filosofia teriam em comum o fato de que visam, ambas, instaurar seres cuja existência se legitima por si mesma, “por uma espécie de demonstração radiante de um direito à existência, que se afirma e se confirma pelo brilho objetivo, pela extrema realidade de um ser instaurado”. Tudo indica que Souriau almeja algo como uma arte de instaurar, ou uma arte de fazer existir seres que ainda vagam numa penumbra ficcional, virtual, longínqua e enigmática".

PELBART, Peter Pál. "Por uma arte de instaurar modos de existência que “não existem”. In MAYO, Nuria Enguita e BELTRÁN, Erick (orgs.). Catálogo da 31ª Bienal de São Paulo – Como (...) coisas que não existem. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 2014, pp. 250-251 (catálogo de exposição)

"Os trabalhos dos artistas convocados pela equipe de curadores, na faixa etária média de 40 anos, privilegiam histórias pessoais, jogos interativos e o incessante cenário de violência social pelo mundo. (...) Mais da metade dos 82 projetos, de autoria individual ou coletiva, envolvendo mais de cem participantes e cerca de 250 obras, é inédita e idealizada especificamente para esta edição. Alguns são resultado das residências feitas por artistas internacionais em cidades brasileiras. (...) Todos eles (trabalhos expostos) falam de coisas que existem, mas o sistema faz questão de ignorá-los".

AMARANTE, Leonor. "Bienal de São Paulo". ARTE!Brasileiros, 01 set. 2014. Disponível no link. Atualizada em 04 set. 2014

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