O Palácio das Artes apresenta, a partir do dia 26 de junho, a mostra 31ª Bienal - Obras selecionadas. Trata-se de um recorte concebido a partir de 23 projetos da 31ª Bienal - Como (...) coisas que não existem que, em 2014, atraiu 472 mil visitantes em São Paulo. A mostra tem curadoria de Charles Esche, Pablo Lafuente, Nuria Enguita Mayo, Galit Eilat, Oren Sagiv, Benjamin Seroussi e Luiza Proença.
A 31ª Bienal procurou abordar a condição contemporânea por meio de obras concebidas dentro do conceito de “projeto”, muitos deles realizados em colaboração entre artistas, coletivos de artistas e profissionais de outras disciplinas. Para a itinerância em Belo Horizonte foram selecionados os projetos Voto!, de Ana Lira; É apenas o vértice do mundo interior, de Agnieszka Piksa; Casa de Caboclo, de Arthur Scovino; 10.000 anos de arte popular nórdica, de Asger Jorn; Ponto de encontro, de Bruno Pacheco; Apelo, de Clara Ianni e Débora Maria da Silva; Vila Maria, de Danica Dakić; Não é sobre sapatos, de Gabriel Mascaro; Revista Urbânia 5, de Graziela Kunsch; História Ilustrada, de Gülsün Karamustafa; Imponderáveis, de Johanna Calle; Violência, de Juan Carlos Romero; O shabono abandonado, de Juan Downey; Letra Morta, de Juan Pérez Agirregoikoa; Não-ideias, de Marta Neves; Bert Flint, de Teresa Lanceta; Sergio e Simone, de Virgínia de Medeiros; Histórias de aprendizagem, de Voluspa Jarpa; Cartas ao leitor (1864, 1877, 1916, 1923), de Walid Raad e Inferno, de Yael Bartana. A exposição ainda inclui uma série de obras de Nilbar Güres, a série fotográfica de Eustachy Kossakowski que compôs o projeto Lança, de Edward Krasiński e o vídeo Haute Couture nº3 Carnaval: uma máscara é sempre ativa, de Ines Doujak e John Barker. Para o curador Pablo Lafuente, "os trabalhos da exposição, em conjunto, propõem novas possibilidades de sentir, ver, ouvir, pensar ou fazer, tornando nosso mundo bem maior do que o percebemos em nosso cotidiano".
A 31ª Bienal - Obras Selecionadas renova a parceria firmada entre a Fundação Bienal de São Paulo e a Fundação Clóvis Salgado, que já recebeu as mostras itinerantes da 29ª e 30ª Bienal. Ao todo, mais de 127 mil visitantes compareceram às seleções de obras no Palácio das Artes nos anos de 2011 e 2013.
Como sentir coisas que não existem, por Pablo Lafuente
Em nosso mundo, há coisas, pessoas, ideias ou eventos que não aparecem, ou que, quando aparecem, o fazem de um modo que não conseguimos perceber. São existências frágeis, marginalizadas, ignoradas ou que se encontram ainda em estado potencial – histórias que precisam ser narradas, imagens que ainda não foram compostas.
Uma maneira de lidar com elas talvez seja procurando suas sombras ou resíduos, como fazem Walid Raad, Voluspa Jarpa ou Ana Lira, em trabalhos nos quais imagens frágeis dão vida nova a histórias e promessas esquecidas. Ou escutando aqueles que direcionam nossa atenção para questões que não sabemos ou não queremos reconhecer, como no filme de Clara Ianni e Débora Maria da Silva. Ou dançando ao som de ritmos que nos levam a outros lugares e tempos, como no filme de Ines Doujak e John Barker. Em todos esses casos, o intuito é, fundamentalmente, ativar nossa imaginação, para driblar os obstáculos que impedem nossa percepção ou movimento – obstáculos que as obras de Marta Neves e Graziela Kunsch evidenciam.
A imaginação pode propor novas visões, já não individuais mas compartilhadas, como em Bruno Pacheco ou Teresa Lanceta, ou abertas a um sentido espiritual, nas obras de Arthur Scovino, Virginia de Medeiros ou de Asger Jorn, que nos fazem sentir coisas que não estão visíveis, ou que as coisas não são aquilo que aparentam.
Esses e os outros trabalhos na exposição, em conjunto, propõem novas possibilidades de sentir, ver, ouvir, pensar ou fazer... tornando nosso mundo bem maior do que o percebemos em nosso cotidiano.
31ª Bienal de São Paulo - Obras Selecionadas
Belo Horizonte
26 de junho a 9 de agosto
Palácio das Artes
Av. Afonso Pena, 1537 - Centro - Belo Horizonte
ter-sab: 9h30-21h; dom: 16h-21h
www.fcs.mg.gov.br | T: (31) 3236 7400
Entrada Gratuita