"Caixa de Ferramentas" da 31ª Bienal leva identidade visual composta por desenhos do indiano Prabhakar Pachpute
Dez cartazes que apresentam artistas ou coletivos que participam da 31ª bienal, com textos que abordam suas respectivas trajetórias e contextos de atuação, somados a 40 “pistas educativas”, propostas para ações em grupo dispostas como ferramentas e divididas em quatro grandes lentes conceituais: coletividade, conflito, imaginação e transformação. Esse é o conteúdo do Material Educativo da 31ª bienal, concebido como uma "caixa de ferramentas".
Mais do que uma possibilidade para se relacionar com a exposição, esse material apresenta questionamentos e temáticas próprias, capazes de motivar a discussão e o trabalho dentro e fora da sala de aula. “Queremos envolver as pessoas em um processo de descoberta e transformação, no qual a arte seja um meio de criar possibilidades inesperadas para aqueles que investem seu tempo e energia na experiência”, explica o texto da curadoria composta por Charles Esche, Galit Eilat, Nuria Enguita Mayo, Oren Sagiv e Pablo Lafuente.
Coletividade e pluralidade são as questões chaves das discussões propostas pelo Material Educativo, que pretende contribuir para ampliar o olhar e enfatizar que qualquer mudança efetiva (cultural, social, política) precisa ser coletiva para que ocorra.
De acordo com a curadoria, os projetos mostram tentativas de aproximação às práticas artísticas e culturais que são relevantes e também representativas para a abordagem geral, e podem dar acesso a um conjunto de problemáticas e a modos de lidar com elas. “Tratam do nosso tempo atual e tentam ampliar nossa capacidade para entender posições distintas e maneiras de agir”, cita o texto curatorial.
Os projetos dos artistas apresentados no Material podem ser examinados por meio das quatro ferramentas conceituais amplas que não atuam apenas como lentes interpretativas, mas também como metodologias: coletividade, imaginação, conflito e transformação. Essas lentes pretendem delinear modos de ver os projetos e possíveis ações a serem compreendidas.
Concebido pelo núcleo Educativo Bienal com a curadoria da 31ª bienal e as demais equipes da Fundação, o material educativo dessa exposição trouxe um processo de construção colaborativo inédito, no qual professores, educadores, artistas e convidados do Educativo Bienal ajudaram a elaborar as “pistas educativas” propostas na caixa de ferramentas. Mais de 30 profissionais ajudaram a produzir esse conteúdo por meio de um workshop ocorrido no final de novembro de 2013.
As pistas educativas são sugestões de ações práticas que podem ser incluídas no planejamento de aulas e encontros ou inspirar novas proposições.
“Conseguimos reunir um grupo para construir esse material. Foi um trabalho de invenção coletiva, no qual a palavra esteve em movimento, ativando nosso desejo de criar em conjunto”, ressalta a curadora do Educativo Bienal Stela Barbieri.
O material educativo da 31ª bienal está pronto para ser distribuído a parceiros, e durante os encontros de formação ao longo de 2014 e na exposição. Ele também está disponível para download, através do link.
31ª bienal Como falar de coisas que não existem
Com abertura marcada para o dia 6 de setembro de 2014, a 31a Bienal de São Paulo com o título “Como falar de coisas que não existem” tem a educação como centro de suas propostas. Entendida como um processo, e não como o simples ato de mostrar obras de arte em determinado espaço, essa edição da Bienal busca sublinhar a capacidade da arte para ativar-se em relação a diferentes pessoas e contextos, bem como a sua capacidade de interagir e intervir de forma diferenciada, efetiva ou polêmica, dentro de uma determinada situação.
Texto: Vivian Lobato
Fotos: Sattva Horaci