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04 Set 2014
Treme Terra Esculturas Sonoras
Saiba mais sobre a primeira atividade do programa 'no Tempo'.

Os visitantes da 31ª Bienal de São Paulo terão a oportunidade de se reconectar a culturas ancestrais através da cerimônia do Treme Terra Esculturas Sonoras, neste domingo, 7 de setembro, a partir das 16h. “A gente vai direcionar as ondas sonoras para que as pessoas sintam como essa música é importante na qualidade de vida, na comunhão com a natureza. A apresentação é um flashmob, uma interferência física. A gente usa a música como ferramenta de ligação com os nossos ancestrais”, explica o mestre Aderbal Ashogun, idealizador da cerimônia.

Ashogun, que há 22 anos promove ações de articulação entre artistas plásticos e mestres da cultura popular, explica que os povos tradicionais de terreiros utilizam ritmos como escultura para atingir um plano meditativo, popularmente chamado de “pegar santo”. E é a partir da ideia desse uso transcendental dos sons que a performance foi pensada para a 31ª Bienal: “Não tem muito o que explicar. As esculturas acontecem dentro de cada um, por isso é uma interferência artística. Quem vir acontecendo na Bienal vai sentir. A intenção é que sinta”, afirma.

A apresentação do Treme Terra Esculturas Sonoras reunirá, além de atabaques e tambores, o coral Xondaro, do povo guarani da Aldeia Tenondé Porã, localizada no extremo sul da capital paulista. O coral apresentará cânticos religiosos infantis ensinados pelos mais velhos da aldeia e que tratam principalmente do mito religioso da Terra Sem Mal, lugar sagrado para os guaranis, e dos valores que devem pautar a vida de todo membro da comunidade para atingi-la.

O poeta e músico Baltazar Honório, por sua vez, recitará a poesia Enquadro: “Acho que as pessoas vão achar que é um assalto quando eu começar. Eu vou rir e dizer que é arte”.

texto: Gisele Brito
foto: Divulgação | Agência Popular de Cultura Solano Trindade