Apresentada pela primeira vez fora de seu país de origem, a 31ª Bienal apresenta 28 artistas e coletivos de artistas que participaram da mostra no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, em Portugal, de 1 de outubro de 2015 a 17 de janeiro de 2016. A investigação que a 31ª Bienal faz do potencial revelador da arte foi reconfigurada de acordo com o contexto físico, social e cultural da cidade do Porto, onde ocorre a itinerância. As obras de arte selecionadas, desde pinturas e esculturas até vídeos e instalações, fornecem um panorama do modo como a religião, a história e outros sistemas de controle afetam a vida cotidiana e engendram diferentes maneiras de pensar e imaginar o mundo.
Cartas ao leitor (1864, 1877, 1916, 1923) de Walid Raad.© Filipe Braga / Fundação de Serralves, Porto.
Entre várias obras notáveis contam-se os vigorosos retratos de parede de Éder Oliveira (Brasil); o vídeo Ymá Nhandehetama de Armando Queiroz (Brasil), que fala da presença invisível dos indígenas no Amazonas; os desenhos às margens do rio de Anna Boghiguian (Egito) e a instalação cinematográfica de Virgínia de Medeiros (Brasil) que aborda questões relacionadas com gênero, rituais religiosos e espiritualidade. O móbile transparente de Voluspa Jarpa (Chile) e o vídeo de Clara Ianni e Débora Maria da Silva (Brasil) reúnem os fantasmas do passado colonial e os legados da ditadura, tal como a intensidade da vida urbana contemporânea. A exposição adquire um caráter mais ficcional e metafórico com as instalações de Walid Raad (Líbano), Edward Krasiński (Polônia), as pinturas de Wilhelm Sasnal (Polônia) e o filme de Yael Bartana (Israel) que imagina a destruição do Templo de Salomão, em São Paulo. Destaca-se também a reapresentação de dois projetos conjuntos criados para a ocasião da 31ª Bienal: a instalação Errar de Deus, de Etcétera... + León Ferrari (Argentina); e Mujawara, assinado pelo Grupo Contrafilé (Brasil), Sandi Hilal (Palestina) e Alessandro Petti (Itália). Ainda compõem a mostra os projetos dos artistas Agnieszka Piksa (Polônia), Ana Lira (Brasil), Bruno Pacheco (Portugal), Chto Delat (Rússia), Danica Dakić (Bósnia e Herzegovina), Gabriel Mascaro (Brasil), Graziela Kunsch e Lilian L’Abbate Kelian (Brasil), Johanna Calle (Colômbia), Juan Carlos Romero (Argentina), Juan Pérez Agirregoikoa (Espanha), Mark Lewis (Canadá), Nilbar Güreş (Turquia), Qiu Zhijie (China) e Tony Chakar (Líbano).
A seleção curatorial para Serralves foi realizada pelos curadores Charles Esche, Galit Eilat e Oren Sagiv. Além das obras da 31ª Bienal, a apresentação em Serralves integra um programa de discussões que terão lugar no espaço da galeria e trabalhos de Cildo Meireles pertencentes à Coleção Serralves.
Em primeiro plano, Histórias de Aprendizagem, de Voluspa Jarpa, ao fundo Violencia, de Juan Carlos Romero em Serralves. ©Filipe Braga / Fundação de Serralves, Porto.
Programa público
A itinerância da 31ª Bienal em Serralves será complementada por um programa público desenvolvido pelos curadores da Bienal em conjunto com o Serviço Educativo do Museu de Serralves. O programa decorrerá em três momentos fundamentais e baseia-se na investigação realizada pelos curadores Charles Esche, Galit Eilat e Oren Sagiv no Porto e em Lisboa, onde se reuniram com jovens artistas, ativistas e investigadores e visitaram espaços expositivos independentes, universidades e cooperativas de arte.
O primeiro momento, no dia da inauguração, promoverá o encontro entre artistas, críticos e curadores a propósito do projeto artístico Bienal de São Paulo. Ao longo do fim de semana que segue a inauguração, haverá uma mesa-redonda com o tema “Uma Escola debaixo da Árvore – Educação, entre Imaginação e Ativismo”, em que educadores, artistas e ativistas analisarão o potencial social e comunitário dos processos educativos.
Em novembro, o Museu receberá o simpósio “Colonialismo Inverso” que irá debruçar-se sobre as relações entre Portugal e as suas ex-colônias e a interpretação artística contemporânea do modo de abordar as histórias coloniais, ao nível tanto da produção artística como do desenvolvimento institucional.
Em dezembro, o simpósio “Direito à Cidade ― Criminalização dos Pobres” analisará a possibilidade do exercício da cidadania numa situação de pobreza persistente.
O programa regular de visitas guiadas e workshops do Museu de Arte Contemporânea de Serralves prosseguirá paralelamente a esses momentos-chave ao longo do período em que decorrer a exposição, proporcionando uma ativação constante do acontecimento enquanto espaço de encontro e discussão.
31ª Bienal de São Paulo - Obras Selecionadas
2 de outubro 2015 a 17 de janeiro 2016
Museu de Arte Contemporânea de Serralves - Porto/Portugal
Rua D. João de Castro, 210 - 4150-417, Porto, Portugal
ter-sex: 10h-17h; sáb-dom: 10h-19h
www.serralves.pt
T: +351 226156500