Um homem vestido de branco, com longa barba, caminha pelo Pavilhão da Bienal carregando balões brancos. Ele já foi visto anteriormente, em frente ao altar do Mosteiro São Bento, em Salvador, durante a abertura da 3ª Bienal da Bahia. O Caboclo dos Aflitos, protagonista da performance de Arthur Scovino, é uma presença discreta, porém intensa, que ocupa espaços, manuseia instrumentos como sabão, cachaça e ervas, consulta oráculos e alça mensagens para lugares que não existem. Até o final da 31ª Bienal, aparições como essa devem surgir em frequência quase diária, são estímulos do artista ao encontro com o público visitante. Conheça as atividades:
QuiZera
Pavilhão da Bienal, área Rampas, 1º andar
Ritual desenvolvido por Scovino desde 2011 com passagens pela Igreja dos Aflitos, Lagoa do Abaeté e Mosteiro São Bento, Bahia. Envolve signos de crenças pessoais, numa abordagem estética simples e íntima, que promove relações entre arte e vida: "Aqui no Pavilhão da Bienal já realizei três rituais da série QuiZera, com outros elementos, materiais ou motivos. São parte das aparições do Caboclo dos Aflitos e não têm data nem hora para acontecer".
Sala do oráculo
Pavilhão da Bienal, área Colunas, 2º andar
Na obra Casa de Caboclo (área Colunas) Scovino guarda os objetos e símbolos para entrar em conexão com o Caboclo dos Aflitos: sabão de côco e cravo, cachaça com 7 ervas, paus e raízes, livros e pau-de-resposta. A interação envolve o artista e poucos visitantes que estiverem espontaneamente no espaço no momento: "Não se trata de consulta espiritual religiosa, temos que ter cuidado ao falar sobre isso. É uma experiência sensorial com elementos importantes para falar de arte por um lado místico. Não tem mistérios e segredos, já ensinei as crianças a fazerem".
Oficinas para crianças e performances com artistas convidados estão entre os planos do artista para a programação da 31ª Bienal. Fique atento ao Calendário, visite e vivencie.
©Pedro Ivo Trasferetti / Fundação Bienal de São Paulo