Parte da 34ª Bienal de São Paulo, a Escola de Dança Narrativa da artista italiana Marinella Senatore começa a partir de junho e terá colaboração do grupo londrino Esprit Concrete
Entre junho e julho de 2021, como parte de sua participação na 34ª Bienal de São Paulo, a artista Marinella Senatore trará seu projeto nômade Escola de Dança Narrativa [The School of Narrative Dance] para Cidade Tiradentes (São Paulo, SP). Em colaboração com o grupo londrino Esprit Concrete, serão ministrados workshops on-line gratuitos sobre movimentação do corpo como ferramenta de liberdade de expressão e autoconhecimento. A ação é voltada para os moradores da região e é organizada com o apoio de uma equipe local composta pela atriz Ellen Rio Branco; pelo produtor Guilherme César e pela Coletiva Oyasis – Mulheres Búfalo.
Realizado em mais de 23 países e impactando cerca de seis milhões de pessoas, o projetoEscola de dança narrativa consiste em um modelo de ensino, com base na linguagem corporal, troca de experiências e técnicas de movimento, a partir da dança e do teatro. A escola se molda para atender a realidade e as necessidades de cada grupo e local, por meio de práticas abertas e interdisciplinares que consideram as vivências pessoais dos participantes. Na Cidade Tiradentes, o projeto será realizado pela artista italiana, convidada da 34ª Bienal de São Paulo, em parceria com o grupo londrino Esprit Concrete, que visa promover um autoconhecimento emocional, psicológico e físicos, por meio de aulas de parkour e de arte do deslocamento.
Para o projeto, serão formadas 12 turmas de 10 participantes, e cada uma participará de 2 encontros de 1h30 de duração. As atividades acontecerão entre junho e julho de 2021. Os interessados poderão acessar a transmissão por seus dispositivos pessoais ou em locais abertos em Cidade Tiradentes nos quais será disponibilizada estrutura de transmissão.
Marinella Senatore Inspirada pela fertilidade dos ambientes de criação artística coletiva, tais como os da música e do cinema, a professora e artista italiana Marinella Senatore (1977, Cava de' Tirreni, Itália) enfatiza, desde o início de sua carreira, o compartilhamento e a horizontalidade autoral de performances, peças de teatro e ações que organiza. Seus trabalhos recentes são fundamentados em longos processos de troca e colaborações que incluem encontros, oficinas e eventos abertos a fim de ativar o potencial artístico dos grupos participantes.
Escola da Dança Narrativa [The School of Narrative Dance] Iniciada em 2013 por Marinella Senatore, a Escola é organizada de maneira colaborativa e horizontal, de modo que todos os participantes podem contribuir significativamente para o seu desenvolvimento. Seu modus operandi incentiva a emancipação dos integrantes na medida em que reforça a relevância de suas contribuições individuais para a comunidade, para a esfera coletiva e para a realização de cada indivíduo.
Esprit Concrete Esprit Concrete visa a ajudar os indivíduos a adquirir uma compreensão mais profunda de seus estados emocionais, psicológicos e físicos através do movimento e da autorreflexão baseada em uma experiência de Art du Deplacement [Arte do deslocamento], com desafios físicos e atividades em grupo. As aulas costumam ser realizadas ao ar livre, na comunidade, para encorajar os participantes a interagir positivamente com seu entorno e também ajudá-los a superar as barreiras, físicas ou mentais, que o bairro possa representar para eles.
Sobre a Fundação Bienal de São Paulo Fundada em 1962, a Fundação Bienal de São Paulo é uma instituição privada sem fins lucrativos e vinculações político-partidárias ou religiosas, cujas ações têm como objetivo democratizar o acesso à cultura e estimular o interesse pela criação artística. A Fundação realiza a cada dois anos a Bienal de São Paulo, a maior exposição de arte do hemisfério sul, e suas mostras itinerantes por diversas cidades do Brasil e do exterior. A instituição é também guardiã de dois patrimônios artísticos e culturais da América Latina: um arquivo histórico de arte moderna e contemporânea que é referência na América Latina, e o Pavilhão Ciccillo Matarazzo, sede da Fundação, projetado por Oscar Niemeyer e tombado pelo Patrimônio Histórico. Também é responsabilidade da Fundação Bienal de São Paulo a tarefa de idealizar e produzir as representações brasileiras nas Bienais de Veneza de arte e arquitetura, prerrogativa que lhe foi conferida pelo Governo Federal em reconhecimento à excelência de suas contribuições à cultura do Brasil.
Sobre a 34ª Bienal de São Paulo Marcada pelo encontro e potencialização mútua entre projeto curatorial e atuação institucional, a 34ª Bienal de São Paulo enfatiza a multiplicidade de leituras possíveis de uma obra e de uma exposição. Para tanto, ela adotou uma estrutura de funcionamento inovadora, que envolveu a realização de mostras e ações apresentadas no Pavilhão da Bienal desde fevereiro de 2020 e a articulação com uma rede de instituições paulistas. A dinâmica de exposições individuais foi interrompida com a chegada da pandemia de Covid-19, e a mostra coletiva foi adiada para setembro de 2021. Com curadoria geral de Jacopo Crivelli Visconti, a equipe curatorial da 34ª Bienal é composta por Paulo Miyada (curador adjunto), Carla Zaccagnini, Francesco Stocchi e Ruth Estévez (curadores convidados). Encarado mais como uma afirmação que como um tema, o título da 34ª Bienal de São Paulo, Faz escuro mas eu canto, é um verso do poeta Thiago de Mello (1926, Barreirinha, AM).