A Fundação Bienal de São Paulo lamenta o falecimento da artista Judith Lauand e solidariza-se com seus familiares, amigos e admiradores de seu trabalho. Natural de Pontal, interior de São Paulo, a artista faleceu em 9 de dezembro de 2022, ano em que completou 100 anos de idade.
Lauand foi a única mulher a integrar o coletivo de artistas concretistas paulistas conhecido como Grupo Ruptura, que propunha-se, em manifesto publicado em 1952, a renovar os valores essenciais da arte visual. Considerada uma pioneira da arte concreta no país, versou por formas geométricas e composições constituídas de linhas, planos e vetores, experimentando em pinturas, gravuras, colagens, esculturas e bordados.
Lauand nunca deixou de considerar, em suas obras, a influência de artistas como Paul Klee e Piet Mondrian, com os quais teve contato preliminar durante a 2ª Bienal de São Paulo (1953), na qual trabalhou como mediadora.
Cerca de 25 obras da artista foram apresentadas em edições diferentes das Bienais. Ela participou da 3ª, 7ª, 8ª, 9ª e 10ª Bienal de São Paulo (em 1955, 1963, 1965, 1967 e 1969); assim como de outras exposições promovidas pela Fundação Bienal de São Paulo, como Tradição e Ruptura: Síntese de Arte e Cultura Brasileiras (1984), A Trama do Gosto: Um Outro Olhar Sobre o Cotidiano (1987), Bienal Brasil Século XX (1994) e 30 × Bienal (2013).