O grande vão do Pavilhão da Bienal é ocupado pela obra do artista Franz Erhard Walther na 30ª Bienal. Walther faz parte da geração de artistas dos anos 60 que desafiou a noção de autoria e promoveu a interação entre espectador e obra. Para o artista alemão, atos simples como caminhar, deitar, dobrar, inclinar, constituíam a base de seu trabalho minimalista, que só se completa com a participação do público.
Walther participou da 14ª Bienal em 1977, a primeira Bienal sem Ciccillo Matarazzo, que faleceu em maio daquele ano. Foi um momento de reestruturação da Fundação e da criação do Conselho de Arte e Cultura da Bienal, que organizou a mostra em torno de três grandes categorias – Proposições contemporâneas, Exposições antológicas e Grandes confrontos – o que representou uma grande mudança na estrutura da mostra que há 26 anos seguia a mesma fórmula, e também o prenúncio de um modo de organização que veio a se consolidar quatro anos mais tarde com o curador Walter Zanini, na 16ª Bienal (1981).
A obra de Franz Erhard Walther integrava o primeiro núcleo, Proposições contemporâneas, dentro da subdivisão "Arte não catalogada", definida assim no catálogo desta Bienal: "Experiências e propostas ainda não codificadas pela linguagem crítica, que possam gerar novas indagações no comportamento estético". Na mesma categoria estavam Hélio Oiticica e também o Grupo de Los Trece – CAYC (Argentina), que ganhou o prêmio Itamaraty. Walther, assim como seus conterrâneos Bernd e Hilla Becher, recebeu uma citação especial.
No dossiê do artista do Arquivo Bienal há sua ficha de inscrição com foto e um catálogo de sua obra publicado na 14ª Bienal (1977):