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31 Mar 2015
É tanta coisa que não cabe aqui
Representação brasileira na 56ª Bienal de Veneza tem obras de Antonio Manuel, Berna Reale e André Komatsu. De 9 de maio a 22 de novembro no complexo dos Giardini.


Ocupações/Descobrimentos, 1998, Antonio Manuel

A escolha dos artistas que estão no pavilhão brasileiro da Bienal de Veneza de 2015 teve como principal critério a relevância de suas poéticas na cena contemporânea e, ao mesmo tempo, o pertencimento a uma história, não só da arte, mas da conflituosa sociabilidade brasileira. Responsáveis pela concepção do pavilhão, o curador Luiz Camillo Osorio e o curador assistente Cauê Alves apresentam obras dos artistas Antonio Manuel, Berna Reale e André Komatsu.

Segundo os curadores, “o enfrentamento da ditadura no final da década de 1960 obrigou alguns artistas a um tipo de engajamento no qual estratégias conceituais vinham aliadas à precariedade material e à fragilidade corporal. Tais ações e obras, sem perda da intensidade lírica, fraturavam as formas instituídas de percepção da realidade.”


Americano, 2013, Berna Reale


O Estado das Coisas 2 (Três Poderes), 2011, André Komatsu

Antonio Manuel pertence a esta geração e se manteve desde então com uma obra em que o rigor construtivo recusa qualquer tipo de discursividade ilustrativa sem abrir mão - pelo contrário, afirmando - sua tonalidade política. Dialogando com sua obra dois artistas cujas trajetórias já nascem no século 21: a paraense Berna Reale e o paulista André Komatsu. “Nos dois artistas destacamos o mesmo destemor no uso do corpo e da materialidade crua à nossa volta, trazendo à luz o que fica à margem do visível, mas que revela os conflitos de um país e de um mundo fragmentado e brutal”, enfatiza Osorio.


Semi-Ótica, 1975, Antonio Manuel

O título da mostra, “É tanta coisa que não cabe aqui” foi inspirado pelos cartazes das manifestações que tomaram as principais capitais brasileiras em junho de 2013. O contato direto com a rua é também comum aos três artistas.

Obras em exibição:

Antonio Manuel
Semi-Ótica, 1975 (filme 35-mm, 7’)
Nave, 2013 (4 portas em madeira, TV, acrílico e vídeo)
Ocupações/Descobrimentos, 1998 (tijolo, cimento e tinta)
Até que a Imagem desapareça, 2013 (foto, bandeja e saco com água)

André Komatsu
Status Quo, 2015 (tubo, garra de ferro , parafuso e graal em aço galvanizado)
O Estado das Coisas 2 (Três Poderes), 2011 (mastro de alumínio, suporte de aço, corda e par de tênis)

Berna Reale
Americano, 2013 (vídeo 3’42’’)

Sobre a participação brasileira na 55 ª Bienal de Veneza
Construído em 1964, o pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza acompanha os debates estéticos, políticos e sociais que se desenvolveram no pais nas últimas décadas. A partir 1995, a responsabilidade pela escolha dos curadores e artistas foi outorgada pelo governo Brasileiro à Fundação Bienal de São Paulo, reconhecimento da grande importância da instituição – a segunda mais antiga no gênero em todo o mundo – para as artes visuais do país. Desde 1995, as participações brasileiras no evento são organizadas em colaboração conjunta entre o Ministério das Relações, o Ministério da Cultura e a Fundação Bienal de São Paulo - responsável pela escolha do curador e produção das mostras.

Pavilhão do Brasil na 56ª Exposição Internacional de Arte - la Biennale di Venezia
de 9 de maio a 22 de novembro de 2015
Comissário: Luis Terepins, Presidente da Fundação Bienal de São Paulo
Curador: Luiz Camillo Osorio
Curador assistente: Cauê Alves
Local: Giardini Castello, Padiglione Brasile, 30122 Veneza, Itália