menu
busca
18 Ago 2014
Laboratório de Material Educativo da 31ª bienal
O primeiro Laboratório de Material Educativo da 31ª bienal aconteceu no CCSP. Confira!

Novelos de lãs, mapas, canetinhas, lápis de cor, tintas, pincéis, cola, muitos materiais espalhados sobre as mesas do Anexo Adoniran Barbosa, que fica dentro do Centro Cultural São Paulo, zona sul da cidade de São Paulo. O relógio não marcava nem 19h e o auditório já estava lotado. Foi assim que começou o primeiro Laboratório de Material Educativo da 31ª bienal.

Ministrado pelas palestrantes do Educativo Bienal, Paula Ramos e Regiane Ishii, o encontro foi marcado pela apresentação do material educativo da 31ª bienal, desde sua concepção - que aconteceu de uma forma inédita através de um workshop colaborativo (link matéria workshop material) com professores, educadores, curadores e convidados do Educativo Bienal – passando pelas quatro lentes, conceitos que funcionam como eixos do discurso curatorial.

Durante o laboratório, também foi apresentado o conteúdo desse material como os cartazes de dez artistas, textos do caderno do professor e fichas com instruções de proposições práticas, que servem como pistas educativas disparadoras de pensamentos e discussões sobre as obras e lentes.

Centro Periferia

Após a apresentação do conteúdo, as palestrantes propuseram aos participantes uma ação poética que surgiu através de uma pista educativa do material da 31ª bienal chamada Centro Periferia.

“A ideia é que cada um de vocês assinalem no mapa onde está o lugar que corresponde ao centro da sua vida, e onde se localiza o que seria a sua periferia. Cada um recorta o seu centro e a sua periferia e, em grupos, é construído um novo mapa”, explicou Ishii. 

“No fim, é possível observar se apareceram novos centros, quantos existem e se correspondem ao que geralmente se considera centro? E a periferia? Ainda permanece à margem?”, completou Ramos. 

Veja alguns pontos levantados pelos grupos, e os mapas finais dessa ação:



“Conversamos sobre o nascimento da periferia e como o centro depende dela, por isso essa construção viva não faria sentido se não fosse 3D, pois é tudo muito interligado e a mobilidade é importante. No centro colocamos a água, pois a vida começa nela, em tempos de seca é muito importante pensar nessa questão”

“Nosso objetivo foi contemplar todas as cidades afetivas da onde a gente veio. Por isso, fizemos essa estrutura móvel, nada é colado, e esses emaranhados, são teias, conexões, que mostram onde estamos agora, e as linhas que nos ligam são as mesmas que nos levam para o mesmo centro.”

“Pensamos em nomear o nosso mapa de pericentro ou centroria, fazendo essa brincadeira mesmo com os nomes, pois não existem fronteiras entre centro e periferia, ela é uma linha subjetiva. Quando a gente se transforma, o nosso centro e a nossa periferia também podem mudar, por isso fizemos essa ideia de labirinto.”



“Começamos com a questão: Onde é o seu centro e sua periferia? Colocamos o centro e as periferias de cada um, e caminhos entre eles. Para completar fizemos essa rosa dos ventos solta, pois a direção depende de cada um”



“Tanto o processo, como o mapa, foi feito sem hierarquia. Sempre conectando e convergindo para o centro. O que sobraram dos recortes do primeiro mapa, nós fizemos um segundo, no qual o espaço que sobrou era o centro e a periferia de cada um.”


“Nosso grupo se baseou na ilustração do cartaz da 31ª bienal, que mostra várias pernas conduzindo uma coisa, na mesma direção. Fizemos os caminhos bem tortuosos, pois centro e periferia são relativos, depende do ponto de vista de cada um, e de qualquer maneira estamos todos conectados.”


 
“Misturamos muito os centros e periferias, em nenhum momento um sobrepôs o outro. Fizemos dois mapas, um com uma ideia de ilhas com linhas conectadas e lacunas vazias inspiradas no ‘nada onde está tudo’, onde o vazio pode representar o cheio. No outro mapa, elaboramos com maior liberdade, quase numa visão cósmica, inspirada no artista Pollock.”



“Recortamos o mapa e fizemos uma intervenção no centro, não tem dentro nem fora. Fizemos um trabalho como a fita de Moebius. da Lygia Clark, um forma muito orgânica da onde não se sabe onde é o começo e o fim, num movimento de fora, para dentro.”



“Nosso mapa tem uma cartolina dobrada para fora, e recortamos do mapa principal o que seria o centro e a periferia. Queríamos mostrar o deslocamento na cidade, e pontos de centros subjetivos como família e trabalho. Não escolhemos um nome, pois achamos que nome poderia limitar.”



“Colocamos o mapa nas bordas e cada um escolheu o seu centro e sua periferia. Depois fizemos um coração amarrado com lã vermelha, como um pêndulo móvel, que pode mudar a qualquer momento, pois a vida é assim, depende do momento que vivemos nossos centros e periferias.”

Texto: Vivian Lobato
Fotos: Sofia Colucci