A Fundação Bienal de São Paulo lamenta imensamente o falecimento de Jaider Esbell e solidariza-se com seus familiares, amigos e colegas. Artista, escritor, curador e ativista macuxi, Esbell teve um papel central no movimento de consolidação da arte indígena contemporânea no Brasil. Com clareza e generosidade, tornou-se um dos principais porta-vozes dos artistas de povos originários, estabelecendo pontes e trocando saberes com o circuito institucional da arte contemporânea.
Na 34ª Bienal de São Paulo, sua contribuição se estendeu para muito além da apresentação de seus próprios trabalhos, envolvendo intensas trocas com os curadores e outros artistas da mostra, uma atuação curatorial histórica na exposição coletiva organizada em parceria entre a Bienal e o Museu de Arte Moderna de São Paulo, e o desenvolvimento de ações na programação pública da Bienal em colaboração com outros artistas.
Jaider Esbell foi, acima de tudo, um articulador, uma pessoa de grande generosidade e dedicação, que agregava sujeitos, afetos e saberes. Sua falta será profundamente sentida, não apenas por aqueles que eram próximos a ele, mas também por todos que acreditam na luta, que ele liderava, pelo reconhecimento da importância das culturas, da produção artística e da própria vida dos povos originários. Faz escuro, ainda mais escuro hoje…
Como você diria: Gratidão, Jaider.
José Olympio da Veiga Pereira
Presidente – Fundação Bienal de São Paulo