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08 Dez 2020
Correspondência #13

Ao longo do processo de construção da 34ª Bienal de São Paulo, sua equipe curatorial, artistas participantes e autores, através de uma série de correspondências, refletem direta e indiretamente sobre o desenvolvimento da exposição. Ao invés de um texto, a artista Lydia Ourahmane contribui com um vídeo, Sophia’s dream, que de certa forma reflete sobre a maneira como a própria bienal, nas palavras da artista, “fala tão diretamente de som, vento e canto”.

Filmado em Frioul, um arquipélago perto da costa de Marselha, onde reside atualmente, Sophia’s dream é etéreo e intangível como grande parte do trabalho de Lydia, e ao mesmo tempo consegue ser “urgente, aberto, sem revisar, ou pelo menos concebido nesse espírito. Como as correspondências sempre deveriam ser”.

sonho: Sophia Al-Maria, harpa: Lydia Ourahmane

Transcrição e tradução

Uma noite dessas tive esse sonho engraçado sobre baleias jubarte... elas estavam se extinguindo e eu olhava em um mapa e tentava juntar informações de algum lugar com essas linhas... essas linhas vermelhas no mapa que mostravam algo assim como as frequências sonoras... frequências muito altas do canto de uma baleia jubarte... começavam a vir para a terra porque estavam tentando comunicar com a gente desde o mar profundo, profundo, profundo. E a sensação era muito real... parecia realmente de verdade, eu meio que vacilava, como se eu tivesse... pernas de mar... desde.