Com curadoria de Gabriel Pérez-Barreiro (Espanha, 1970), a 33ª Bienal de São Paulo – Afinidades afetivas encerrou suas atividades no último domingo, 9 de dezembro, com público de 736 mil visitantes. Esta edição do maior evento de artes visuais da América Latina inovou ao adotar um modelo curatorial alternativo ao de temática única, com 12 projetos individuais selecionados por Pérez-Barreiro e sete mostras coletivas organizadas por artistas-curadores convidados por ele: Alejandro Cesarco (Uruguai, 1975), Antonio Ballester Moreno (Espanha, 1977), Claudia Fontes (Argentina, 1964), Mamma Andersson (Suécia, 1962), Sofia Borges (Brasil, 1984), Waltercio Caldas (Brasil, 1946), e Wura-Natasha Ogunji (EUA/Nigéria, 1970).
O projeto educativo da 33ª Bienal se dedicou à atenção, procurando contrabalançar a dispersão causada pelo imenso volume de informação e imagens a que somos submetidos diariamente. A publicação educativa feita para a mostra, Convite à atenção, propôs exercícios que convidaram as pessoas a estarem atentas para a experiência com a arte, desde o encontro com a obra até o compartilhamento da reflexão sobre ela. Com a tiragem de 10 mil exemplares em português e 200 exemplares em inglês e também disponível para download gratuito, seu uso não está restrito à Bienal, podendo ser aplicado a diversos outros contextos. Neste sentido, mais de 300 trabalhadores do Parque Ibirapuera, de jardineiros a membros da Guarda Civil Metropolitana, participaram de exercícios de atenção às obras de arte localizadas no parque, de esculturas a pichações.
A partir dos conteúdos da 33ª Bienal e tendo por referência a história das Bienais de São Paulo, a Fundação Bienal realizou 147 ações de difusão, que se estendem até o final de 2019 por ocasião das mostras itinerantes da 33ª Bienal. Destinadas a professores, educadores, estudantes e profissionais de diferentes áreas, as atividades até agora contaram com 4.200 participantes. Já na exposição, com diferentes formatos de visitas, como laboratórios e exercícios de atenção, as obras da 33ª Bienal foram apresentadas aos visitantes como são, sem a necessidade de que sejam “decodificadas” de acordo com um conjunto predeterminado de questões. Os mediadores realizaram 1.866 visitas para públicos espontâneos ou agendados, e 54.200 pessoas foram atendidas em visitas mediadas na 33ª Bienal. Além disso, foram realizadas 395 visitas mediadas acessíveis para pessoas surdas, cegas ou com baixa visão e com deficiência.
Um programa público e gratuito com mais de 200 encontros, palestras, performances e ativações de obra aconteceu nos espaços da 33ª Bienal com periodicidade semanal. Às quintas-feiras, o programa Des/re/organizações afetivas trouxe 12 encontros em formato de conversas abertas. Em novembro, o simpósio Práticas de atenção reuniu 30 atividades conduzidas por 28 artistas, cientistas, críticos, autores e acadêmicos do Brasil e outros 11 países: Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Inglaterra, Israel, Japão, Lituânia, Polônia, República Dominicana e Turquia. O programa, realizado em parceria com o Sesc SP, foi idealizado por D. Graham Burnett e Stefanie Hessler e recebeu 220 participantes.
Comunicação e avaliação do público
Nas redes sociais, as postagens da Bienal alcançaram 12,8 milhões de timelines, com engajamento de 300 mil pessoas e média de audiência de 35 mil perfis por postagem única, indicando a significativa ampliação de seu alcance. Foram registrados 868.600 acessos ao site da Bienal durante o período de exposição. Na imprensa nacional e internacional, foram publicadas cerca de 800 reportagens.
De acordo com pesquisa Datafolha, a 33º Bienal teve alto índice de satisfação, 94% declararam estar satisfeitos com a atual edição. A exposição teve também alto índice de recomendação: numa escala de zero a dez, alcançou a nota média de 8,9. “Arte”, “cultura”, “diversidade” e “pluralidade” são as palavras mais associada à Bienal.