Com inauguração em maio de 2018, a participação oficial do Brasil na 16ª Mostra Internacional de Arquitetura – Bienal de Veneza terá curadoria dos arquitetos Gabriel Kozlowski, Laura González Fierro, Marcelo Maia Rosa e Sol Camacho. Selecionado pela Fundação Bienal de São Paulo, o coletivo irá apresentar Muros de Ar, exposição que explora a questão da transposição de fronteiras materiais e imateriais do Brasil e de sua arquitetura.
“O tema coloca o muro como um elemento da arquitetura, da cultura e da identidade brasileira e vê no ato de sua transposição um convite ao convívio e à multiplicidade cultural”, explicam os arquitetos curadores. “Desse modo, posiciona-se contrário à homogeneização, intolerância e extremismo provenientes do isolamento e reclusão. É uma proposta que celebra o coabitar e não somente o coexistir”. A mostra que irá ocupar o Pavilhão do Brasil é uma resposta à curadoria geral da 16ª Bienal de Arquitetura de Veneza, que nesta edição propõe, sob o título FREESPACE, uma reflexão sobre a essência espacial da arquitetura e a sua potencialidade de mediar, pela fruição do espaço vazio, a relação entre as pessoas e os edifícios.
Por meio de uma pesquisa coletiva, Muros de Ar se propõe a tornar visíveis as formas de separação espacial e conceitual resultantes dos processos de urbanização do país. Além de questionar as diferentes formas de muros que constroem, em diversas escalas, o território brasileiro, a proposta pretende repensar as fronteiras da própria arquitetura em relação a outras disciplinas.
O pavilhão apresentará a proposta curatorial Muros de Ar por meio de duas frentes expográficas. A primeira consiste de uma pesquisa realizada em parceria com um grupo de colaboradores e instituições e que irá gerar novo conteúdo a ser representado por meio de desenhos cartográficos. A segunda refere-se a uma chamada de projetos aberta aos arquitetos do país, mecanismo inédito no Pavilhão do Brasil. O chamamento será anunciado nas últimas semanas de dezembro.
“Ao selecionar a proposta Muros de Ar para representar o país na Bienal de Arquitetura de Veneza, a Fundação Bienal de São Paulo rearticula, em âmbito internacional, alguns dos debates mais atuais da arquitetura brasileira, e reafirma seu compromisso com o intercâmbio e a promoção cultural do Brasil”, diz o presidente da Fundação, João Carlos de Figueiredo Ferraz.
Desde 1995, a organização das representações oficias do Brasil nas Bienais de Arte e Arquitetura de Veneza é uma atribuição conjunta dos Ministérios da Cultura e das Relações Exteriores – responsáveis pela promoção e difusão da cultura brasileira nos âmbitos nacional e internacional, e da Fundação Bienal de São Paulo – responsável pela escolha dos curadores e a produção das mostras.
Sobre os curadores da participação oficial do Brasil na 16ª Mostra Internacional de Arquitetura – Bienal de Veneza:
Gabriel Kozlowski é arquiteto, formado pela PUC-Rio (2011) e mestre em Urbanismo pelo MIT (2015). Atualmente leciona como Teaching Fellow no Departamento de Arquitetura do MIT e trabalha como pesquisador associado no Leventhal Center for Advanced Urbanism. Anteriormente, foi líder de projeto no SENSEable City Lab; pesquisador para o Pavilhão dos EUA na 14ª Bienal de Arquitetura de Veneza; e co-fundador do coletivo ENTRE. Recebeu, entre outros reconhecimentos, o Department of Architecture Graduate Fellowship no MIT (2013), o prêmio de melhor dissertação de mestrado pela mesma Universidade (2015), o MIT-Brazil TVML Seed Fund (2016), e foi selecionado para o Buckminster Fuller Institute’s Catalyst Program (2017).
Laura González Fierro é arquiteta pela Universidade Iberoamericana da Cidade do México (2002) e mestre em arquitetura pela Universidade de Columbia GSAPP (2008). Em 2010, fundou +ADD, atuando em Cidade do México, São Paulo e Nova York nas áreas de projetos de arquitetura, urbanismo, design e consultoria. Seu trabalho foi publicado pela Braun Publishing, LEAF Review, e PIN-UP, entre outros. Paralelamente à prática fundou o LED [Laboratório Experimental a Distância], uma plataforma dedicada à pesquisa multidisciplinar sobre o ambiente construído e as dinâmicas urbanas.
Marcelo Maia Rosa é arquiteto e sócio do escritório Andrade Morettin Arquitetos Associados (2007), vencedor do concurso para nova sede do IMPA-RJ (2015). Foi responsável por coordenar o projeto do novo museu do Instituto Moreira Salles (2017), em São Paulo. Marcelo é graduado em arquitetura e urbanismo pela Universidade Mackenzie em São Paulo e TU/e em Eindhoven (2005) – com cursos complementares pela Université Paris Sorbonne (2012) – e pós-graduado pela Escola da Cidade (2017), onde atualmente é professor. Foi curador em 2015 do Global Shapers Community Hub São Paulo, iniciativa do World Economic Forum.
Sol Camacho é arquiteta pela Universidade Iberoamericana da Cidade do México e Paris Val de Seine (2004) e mestre em arquitetura e urbanismo pela Universidade de Harvard (2008). Fundou o escritório RADDAR em São Paulo (2011). Recebeu o Prêmio Lafarge Holcim Awards (2017) pelo projeto PIPA – Conjunto cultural e comercial em Paraisópolis, onde uma sede do RADDAR desenvolve pesquisa sobre o entorno. Entre outros reconhecimentos, Sol foi candidata ao Rolex Mentor and Protégé Arts Initiative (2016) e obteve duas vezes a bolsa de Pesquisa FONCA (2012, 2014). Atualmente, Sol é diretora cultural do Instituto Bardi / Casa de Vidro.
Pavilhão do Brasil na 16. Mostra Internazionale di Architettura – la Biennale di Venezia
Comissário: João Carlos de Figueiredo Ferraz, Presidente da Fundação Bienal de São Paulo
Curadoria: Gabriel Kozlowski, Laura González Fierro, Marcelo Maia Rosa e Sol Camacho
Título da exposição: Muros de Ar
Local: Pavilhão do Brasil
Endereço: Giardini Castello, Padiglione Brasile, 30122 Veneza, Itália
Data: 26 de maio a 25 de novembro de 2018