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12 Mar 2015
Plantão Educativo Bienal 2015
©Sofia Colucci / Fundação Bienal de São Paulo
Espaços para compartilhamento de reflexões, os plantões recomeçam em março de 2015 com mudanças. Discussões temáticas reforçam o programa.

Criado em 2013, o Plantão Educativo Bienal recomeça neste mês com uma nova proposta de formato. Além dos plantões livres, realizados a partir das diferentes motivações dos participantes, teremos plantões temáticos em que serão discutidas questões inscritas pelos interessados em um mesmo assunto, proposto pela equipe do Educativo. A partir de 19 de março, a ação acontecerá quinzenalmente às quintas-feiras, das 14h às 17h, na Fundação Bienal de São Paulo. Concebido como um espaço para compartilhamento de reflexões e experiências, o Plantão é fruto da intenção do Educativo de aprofundar a relação entre arte contemporânea e educação.

Partindo dessa vontade de estreitar o diálogo com professores e educadores da rede pública, privada, instituições culturais e terceiro setor, a ação possibilita o debate em um pequeno grupo, de até cinco pessoas, e um educador da equipe do Educativo Bienal. A troca entre os pares se dá no miúdo, podendo extrapolar as questões burocráticas que, às vezes, ganham espaço no dia a dia escolar e institucional, para dar vazão ao que se quer esmiuçar, arriscar, colocar em jogo.

Durante a conversa, o que é dito por um pode ser abrigado por outro, compondo a trama específica daquele encontro. A proposta é que o Plantão seja um espaço de acolhimento, onde o não planejado ganha fôlego e é possível ir adiante, voltar, retomar com novos ouvidos, preencher e transbordar o outro.

Ferramentas

Na inscrição, os participantes contam o que os motiva para a conversa. “Como potencializar a interdisciplinaridade entre a arte e as outras áreas da grade curricular escolar?”, “a produção contemporânea necessariamente depende do uso de objetos do cotidiano?”, “como orientar uma visita à Bienal para alunos com Síndrome de Down?” e “quais os limites do educador na criação de dispositivos e estratégias para o diálogo entre público e obra?” são alguns questionamentos propostos em plantões anteriores, que sempre tinham o tema livre.

A equipe tem experiência em sala de aula e se vale de diferentes ferramentas para fertilizar o encontro. Ativam conceitos teóricos, trazem referências de projetos artísticos, retomam momentos-chave da história da arte para melhor compreensão das proposições contemporâneas. Em 2015, o Plantão também contará com ateliê e propostas práticas, com materiais à disposição dos participantes. A ativação de outros sentidos a partir do fazer é mais uma possibilidade reflexiva.

“Plantão de dúvidas” ou espaço para compartilhar?

A equipe compactua com a quebra da expectativa de resoluções de questões e aposta no Plantão como espaço para ser habitado coletivamente. “Se tudo der certo, vamos sair com mais perguntas do que respostas”, defende Anita Limulja, professora do projeto Bienal nas Escolas, no início dos plantões. “Tiramos a palavra ‘dúvida’ do formulário de inscrição para não parecer que somos um oráculo. É no encontro dos questionamentos do público com os nossos que se forma o caldo da conversa”, defende a supervisora geral Laura Barboza.

“A proposta é o revezamento de protagonismo entre os presentes. Como educadores, podemos articular como a potência de um contribui para a do outro”, conta Pablo Tallavera, também coordenador do projeto Bienal Mais Cidade. Nos dois anos de Plantão Educativo, contou-se com a presença tanto de professores da educação infantil quanto do ensino superior, profissionais de museus e instituições culturais, representantes de Diretorias de Ensino e arte educadores de projetos sociais. “Acredito na intersecção das esferas de atuação. A abrangência do debate em relação à arte contemporânea facilita a conexão entre as questões levantadas”, prossegue Tallavera.

Ensino formal e não formal

O Plantão Educativo investe na fertilidade da relação entre o ensino formal e o não formal. “Há opiniões que os colocam em contraposição. O Plantão é um espaço onde tentamos desconstruir essa dicotomia”, propõe Anita Limulja. “Estamos atentos à sala de aula. Aprendemos muito com estes profissionais porque eles trazem sutilezas do dia a dia escolar como forte dado de realidade”, completa Laura Barboza.

O Plantão, assim como outras ações do Educativo, busca criar uma via de mão dupla entre as escolas e a Bienal, alimentando os dois espaços por meio de uma criação coletiva de sentido. O que se apreende no Plantão também acaba por reverberar nas visitas educativas durante as bienais e em outras esferas de nossa prática. Além disso, quando os alunos chegam às mostras, a equipe já teve a oportunidade de ter contato com uma esfera mais íntima do seu cotidiano por meio da discussão com os professores.

2015

Seguindo a proposta “olho no olho”, o Plantão Educativo realiza os convites para este ano. Os plantões livres, com início em 19 de março, serão intercalados com plantões temáticos sugeridos pela equipe do Educativo a partir da bagagem de questionamentos acumulada nos últimos anos do Plantão e de outras esferas de nossa prática. Os temas poderão variar desde a Educação de Jovens e Adultos até a avaliação na aula de educação artística, tendo como norteador a relação com a arte contemporânea.

No dia 2 de abril a proposta é discutir visitas a exposições de arte. Gostaríamos de refletir como a visita pode ser articulada dentro do planejamento escolar, pensando a exposição como um possível espaço de educação. O que você, educador, coloca em jogo ao criar um roteiro? A visita vai além de sua duração: como você, professor, se prepara para ir a uma exposição com seus alunos? E ao voltar à escola ou ao seu ambiente de atuação, como a visita repercute em suas futuras discussões?

Venha compartilhar suas inquietações, projetos e movimentos. Para se inscrever nos plantões, pedimos que explicite as questões que você gostaria de compartilhar na conversa. Para se inscrever em um dos plantões, clique aqui.

Se não conseguir clicar, coloque esse endereço no seu navegador: http://goo.gl/forms/neEGhr41Zr



19 de março (quinta-feira) – TEMA LIVRE
2 de abril (quinta-feira) – TEMÁTICO: VISITAS A EXPOSIÇÕES DE ARTE
Horário: 14h - 17h
Local: Fundação Bienal de São Paulo – Sala Ateliê
Parque do Ibirapuera, Portão 3, Pavilhão da Bienal, 3º andar
(acesso pela portaria administrativa)
Informações: educativo@bienal.org.br 
Evento gratuito 


Próximas datas: 16/4, 30/4, 14/5, 28/5, 11/6 e 25/6

Para estacionar no parque é necessário talão de Zona Azul. Traga o seu!
E não esqueça: o cartão de 1 hora, no parque, vale por 2 horas.

Texto: Regiane Ishii
Fotos: Sofia Colucci