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A "Bienal da arte pop" foi inaugurada sob uma polêmica: a polícia federal, antes mesmo da abertura, retirou duas obras alegando que “feriam” as autoridades e a Constituição brasileira: a pintura O presente da carioca Cybèle Varela, por ser considerada antinacionalista – a obra foi destruída e a artista quase presa pelo DOPS –, e a série de Quissak Jr., Meditação sobre a Bandeira Nacional, que infringia as leis da época que proibiam o uso livre do símbolo nacional. A delegação estadunidense foi a responsável por apresentar o preciso recorte de arte pop que trouxe ao evento obras de Jasper Johns, Andy Warhol, Roy Lichtenstein, Robert Rauschenberg. Várias obras da exposição danificadas e a sala da representação estadunidense foi pichada poucos dias após a abertura. Júri de Premiação deixa de ser formado por comissários e passa a ser constituído por críticos de arte.

Presidente da Bienal: Ciccillo Matarazzo
Assessoria Artes Plásticas: Alfredo Mesquita, Geraldo Ferraz, Henrique E. Mindlin, Jayme Maurício, José Geraldo Vieira, Salvador Candia
No júri de seleção: Clarival Valladares, Mario Schenberg
No júri de premiação: Frederico Morais, Geraldo de Barros, Robert Giron

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"Embora nascida na Inglaterra, foi nos Estados Unidos que a pop-art encontrou sua melhor tradução e maior estrela: Andy Warhol. Já definido como o "Filho sem Idade do Mundo da Mídia", ele desvalorizou a função estética da arte. Numa sociedade mecanizada, onde o próprio artista se transformava em máquina, a pop-art devorava seus refugos, esteriótipos da cultura de massa facilmente reconhecíveis, como as latas de sopa Campbell ou os retratos de Marilyn Monroe (...) Ao contrário de Warhol, James Rosenquist não tentava congelar a imagem esteriotipada da publicidade, mas absorvia dela toda a energia e velocidade expressiva".

AMARANTE, Leonor. As Bienais de São Paulo / 1951 a 1987. São Paulo: Projeto, 1989, p.165

"A volúpia anti-contemplativa da arte contemporânea havia chegado entre nós, justamente quando o 'não me toques' do regime político era mais forte e repressivo. Nessa Bienal, a interação entre arte e público chega a um patamar inédito na história da mostra – e possivelmente inédito na história de qualquer grande mostra desde então. Dias após a abertura, 'não havia mais obras intactas na Bienal': 'e não se sabia se ali tinha havido um dia de maravilhosa festa ou uma feroz batalha de vândalos. O povo consagra a arte nova"

ALAMBERT, Francisco e CANHÊTE, Polyana. As Bienais de São Paulo da era do Museu à era dos curadores (1951-2001). São Paulo: Boitempo Editorial, 2004, p.117

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