Com curadoria geral de Jacopo Crivelli Visconti e equipe curatorial composta por Paulo Miyada (curador adjunto) e Carla Zaccagnini, Francesco Stocchi e Ruth Estévez (curadores convidados), a 34ª Bienal de São Paulo é intitulada Faz escuro mas eu canto, verso do poeta amazonense Thiago de Mello (Barreirinha, 1926), publicado em livro homônimo do autor em 1965. Em sua obra, o poeta fala de maneira clara dos problemas e das esperanças de milhões de homens e mulheres ao redor do mundo: “A esperança é universal, as desigualdades sociais são universais também (...). Estamos num momento em que o apocalipse está ganhando da utopia. Faz tempo que fiz a opção: entre o apocalipse e a utopia, eu fico com a utopia”, afirma o escritor.
Em correspondência curatorial de fevereiro de 2020, Paulo Miyada percorre o caminho pelo qual, em um intervalo de cinco anos, o verso ganhou diferentes interpretações: de conclusão esperançosa de um poema escrito entre 1962 e 1963 ("faz escuro mas eu canto / porque a manhã vai chegar"), quando a promessa da reforma agrária e outros projetos progressistas parecia prestes a se tornar realidade, a sussurro de resistência nos piores anos da ditadura militar. "E agora, entrando em 2020, que reverberações esse enunciado poético pode ter neste país e além dele, em um mundo fraturado?", pergunta-se o curador.
Quer saber a história completa? Leia aqui a correspondência curatorial na íntegra.