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Divulgada a programação da 34ª Bienal com 25 instituições parceiras em São Paulo
21 Jan 2020
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Os espaços parceiros, espalhados pela cidade de São Paulo, apresentam, em sua maioria, exposições individuais de artistas que também serão exibidos no Pavilhão da Bienal de outubro a dezembro. Conversas abertas e um simpósio internacional também estão inclusos na programação.*

Concebida como uma polifonia de vozes e visões a partir da produção artística contemporânea, a 34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto pretende reivindicar o direito à complexidade e à opacidade, tanto das expressões da arte e da cultura quanto das próprias identidades de sujeitos e grupos sociais. Para tanto, a edição adota um novo formato, que propõe criar uma multiplicidade de situações distintas em que possa se dar o encontro entre obras de arte e público. Com esta estratégia, a equipe curatorial, formada por Jacopo Crivelli Visconti, Paulo Miyada, Carla Zaccagnini, Francesco Stocchi e Ruth Estévez, salienta o quanto as interpretações e significações atribuídas às obras são elásticas e influenciadas, entre outros fatores, pelos diálogos possíveis com os trabalhos exibidos ao seu redor. 

Além de se alongar no tempo, com a realização de mostras individuais e eventos performáticos no Pavilhão da Bienal já a partir de 8 de fevereiro, a 34ª Bienal também se expande no espaço, ao trabalhar com 25 instituições da cidade de São Paulo. A ampla rede de parcerias institucionais da Fundação Bienal de São Paulo – cultivadas ao longo dos anos e motivadas pela potência e riqueza possibilitadas pelo diálogo e por colaborações – é, nesta edição da mostra, aprofundada, passando a englobar, para além das relações institucionais, uma malha de relações artísticas e curatoriais. 

Na maior parte dos casos, a parceria consiste em exposições individuais realizadas em instituições da cidade. Essas mostras oferecem ao público uma oportunidade para construir leituras aprofundadas de artistas que participam da grande coletiva que ocupa o Pavilhão da Bienal a partir de setembro – onde os trabalhos se encontram em diálogo com outros artistas e debates. Assim, cerca de um quarto dos artistas que poderão ser vistos na mostra coletiva da 34ª Bienal integram essa rede expositiva, a qual resulta de meses de diálogo entre gestores e curadores dos diferentes espaços, além de curadores convidados. Há, também, casos em que as colaborações assumem outros formatos, como um programa de vídeo e um seminário internacional.

“Localizada no complexo cultural do Parque Ibirapuera e com sua origem entrelaçada com a de outras instituições, como o MAM e o MAC, a Fundação Bienal já nasceu com uma forte vocação para o estabelecimento de conexões. A 34ª Bienal acontece, então, como fruto do encontro e da potencialização mútua entre projeto curatorial e atuação institucional, e pelo reconhecimento de que é preciso, hoje mais do que nunca, ressaltar a importância do diálogo e das relações entre diferentes”, afirma José Olympio da Veiga Pereira, presidente da Fundação.

A 34ª Bienal se estrutura justamente a partir das múltiplas relações que se instauram entre questões artísticas e institucionais num evento desse porte. “Todos os artistas exibidos nas instituições parceiras também estarão presentes no Pavilhão da Bienal a partir de setembro, mas a experiência do encontro com suas obras por parte dos visitantes, em cada um dos casos, será imensamente diferente. E é nessa multiplicidade de relações possíveis e em constante transformação que esta edição da Bienal encontra um de seus norteadores centrais”, afirma Jacopo Crivelli Visconti, curador geral desta edição. 

Paulo Miyada, curador adjunto, complementa: “São Paulo é uma metrópole complexa em que coabitam muitos públicos. Ao mobilizar essa rede de parcerias, a Bienal ganha oportunidade de aproximar-se de outros contextos urbanos e dos públicos que cada instituição cultiva cotidianamente. Os visitantes de espaços muito variados serão instigados a visitar a Bienal para reencontrar a obra de um artista em um diálogo expandido, ou, ao contrário, os visitantes da Bienal poderão se sentir compelidos a conhecer um espaço cultural novo caso desejem um mergulho mais longo na produção de um artista”.

PROGRAMAÇÃO

Casa do Povo
Noa Eshkol
Curadoria: Benjamin Seroussi e Marília Loureiro
Data: outubro de 2020

Exposição individual da coreógrafa, teórica e artista israelense Noa Eshkol (1924, Kibbutz Degania Bet, Palestina – 2007, Holon, Israel). Conhecida pela criação do Eshkol-Wachman Movement Notation [Anotações de Movimento Eshkol-Wachman], ela incorporou à sua prática, a partir de 1973, a criação de tapeçarias costuradas com aparas e trapos pelos próprios dançarinos de sua companhia. A exposição apresentará uma seleção de tapeçarias e parte do arquivo de Eshkol, acompanhados por uma oficina de dança que visa colocar o seu legado em fricção com práticas contemporâneas.

Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Giorgio Morandi
Curadoria: Alberto Salvadori e Gianfranco Maraniello
Data: 25/8 - 23/11/2020

Individual do pintor italiano Giorgio Morandi (1890–1964) pontuada por obras de artistas contemporâneos inspiradas em seu trabalho. Morandi é um dos pintores mais conhecidos do século XX, principalmente pela profundidade e intensidade que alcançou ao pintar repetidamente uma gama muito restrita de assuntos. Muitas vezes dedicado a pinturas de naturezas-mortas – em especial de um mesmo conjunto de garrafas vítreas –, fez do que parecia sutil e prosaico o mote para uma monumental investigação da pintura, do tempo e das relações produzidas pelo olhar.  

Centro Cultural São Paulo
Jota Mombaça
Curadoria: Hélio Menezes 
Data: 29/8 - 31/10/2020

Individual da artista queer Jota Mombaça, que transita entre performance, ativismo e escrita. Mombaça (1991, Natal, RN) participou de residência artística junto ao Capacete 2017 na Documenta 14 (Atenas/Kassel). Realizou performances em instituições como Instituto Goethe, São Paulo (2014); Pinacoteca do Estado do Rio Grande do Norte, Natal (2013); e Casa Selvática, Curitiba (2013). Vive em Natal (RN).  

Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes
Marinella Senatore 
Data: setembro - dezembro de 2020

A exposição é resultado de trabalho de imersão e colaboração da artista Marinella Senatore (1977, Cava de' Tirreni, Itália) com coletivos e agentes da Cidade Tiradentes que se interessem em participar de oficinas de criação de uma obra performática e narrativa. Com formação em música, artes visuais e cinema, Senatore é uma artista multidisciplinar cuja prática é marcada por pronunciada dimensão coletiva e participativa. Seu trabalho se desenvolve em linguagens e suportes variados, como colagem, performance, escultura, fotografia e vídeo, em que sua experiência pessoal autobiográfica é mesclada a narrativas coletivas compartilhadas. Com uma trajetória extensa, a artista já exibiu em instituições nos Estados Unidos, Israel, África do Sul, China, Equador e diversos países da Europa. 

IAC - Instituto de Arte Contemporânea
Antonio Dias - Arquivos de Trabalho
Data: agosto - novembro de 2020

Exposição de material do arquivo do artista Antonio Dias (1944, Campina Grande, PB – 2018, Rio de Janeiro, RJ) abrigado no Instituto de Arte Contemporânea. Radicado no Rio de Janeiro a partir de 1957, sua vasta produção teve um papel fundamental para a Nova Figuração brasileira na década de 1960. A partir do final dessa década, teve intensa experiência internacional e traçou diálogos com a arte povera, a arte conceitual e a Transvanguarda. Seus cadernos, notas e projetos oferecem uma nova entrada ao seu sempre inquieto pensamento. Antonio Dias apresentou suas obras em mais de uma centena de exposições individuais e coletivas nas mais importantes instituições do mundo. Participou de diversas edições de bienais, como a 16ª, 22ª, 24ª, 29ª e 33ª Bienais de São Paulo, a 1ª e a 5ª Bienal do Mercosul (1997, 2005) e a 4ª e Bienal de Paris (1965 e 1973). 

Instituto Bardi / Casa de Vidro
Trajal Harrell
Data: setembro de 2020

Performance do coreógrafo americano Trajal Harrell (1973, Douglas, GA, EUA), que problematiza, em suas obras, a história, construção e interpretação da dança contemporânea, convergindo referências do campo experimental da história da dança com performatividades identificadas com outros corpos e espaços, como o voguing, o hoochi-koochie e o butô. Seu trabalho foi apresentado em festivais na Europa, Canadá e Brasil, e espaços como The Kitchen (Nova York, EUA), Walker Art Center (Minneapolis, EUA) e REDCAT (Los Angeles, EUA), entre outros. Realizou performances no contexto das artes visuais em instituições como MoMA, MoMA PS1, The New Museum e The Bronx Museum (Nova York, EUA), Fondation Cartier pour L’art Contemporain (Paris, França), Centre Pompidou-Metz (Metz, França) e Fundação Serralves (Porto, Portugal). 

IMS Paulista
Carolina Maria de Jesus (título provisório)
Curadoria: Hélio Menezes e Raquel Barreto
Data: a partir de agosto de 2020

O Instituto Moreira Salles apresenta uma exposição dedicada a Carolina Maria de Jesus (1914, Sacramento, MG – 1977, São Paulo, SP). Com curadoria de Hélio Menezes e Raquel Barreto, a exposição trata de aspectos da trajetória e obra desta escritora reconhecida desde a publicação de Quarto de despejo (1960) como uma das expressões mais relevantes para a cultura brasileira do século XX. A exposição problematizará percepções estereotipadas sobre a escritora, símbolo para a comunidade negra do país e referência fundamental para refletir o momento presente.

Instituto Tomie Ohtake
Alex Katz
Curadoria: Robert Storr
Data: agosto - outubro de 2020

Primeira exposição individual em uma instituição brasileira de um dos maiores pintores figurativos norte-americanos vivos. Ao longo de uma carreira de mais de 70 anos, Alex Katz (Nova York, EUA, 1927) construiu uma obra singular, que desafia entendimentos gerais sobre as funções e temas da arte contemporânea. Realizou mais de 200 exposições internacionais em instituições como Whitney Museum of American Art (Nova York, EUA), Museum of Fine Arts, Boston (EUA) e National Portrait Gallery (Londres, Reino Unido). Mais 100 coleções públicas em todo o mundo contêm obras de sua autoria, incluindo acervos de museus como o Metropolitan Museum of Art (Nova York, EUA), MoMA (Nova York, EUA), Tate Gallery (Londres, Reino Unido) e Albertina Museum (Viena, Áustria). Vive entre Nova York e Lincolnville (Maine), nos EUA.

Japan House São Paulo
Yuko Mohri
Curadoria: Natasha Barzaghi Geenen
Data: agosto - dezembro de 2020

Individual de Yuko Mohri (1980, Kanagawa, Japão). A artista produz instalações compostas  por elementos mecânicos vindos de utensílios domésticos e de outros objetos cotidianos. Muitas vezes, se pauta pela filosofia japonesa do You-no-bi, ressignificando esses objetos com um olhar apurado, observando o belo no ordinário. Dentre suas individuais, destacam-se as apresentadas no Camden Arts Centre (Londres, Inglaterra, 2018); Mori Art Museum (Tóquio, Japão, 2016). Seu trabalho foi incluído em diversas exposições coletivas, dentre elas: a 5ª Bienal de Arte Contemporânea de Ural (Rússia, 2019); Centro de Arte Contemporáneo Wifredo Lam (Havana, Cuba, 2018); 14ª Bienal de Lyon (França, 2017); Kochi-Muziris Biennale 2016 (Índia, 2016); Yokohama Triennale 2014 (Kanagawa, Japão, 2014). Vive em Tóquio.

Museu Afro Brasil
Frida Orupabo
Data: setembro - dezembro de 2020

Exposição individual de Frida Orupabo (1986, Sarpsborg, Noruega). A artista combina fotografias e imagens encontradas em seu arquivo pessoal para criar colagens digitais que exploram temas de raça, gênero, identidade, sexualidade. O trabalho da artista foi exibido em diversas instituições, entre elas, Portikus, Frankfurt Am Main (Alemanha, 2019); Moderna Museet (Estocolmo, Suécia, 2019); Kunstnernes Hus (Oslo, Noruega, 2019) e Serpentine Gallery (Londres, Inglaterra, 2017). Orupabo participou da 58ª Bienal de Veneza (2019). Vive em Oslo (Noruega). 

Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (MuBE)
Juraci Dórea
Curadoria: Cauê Alves
Data: setembro - outubro de 2020

Mostra individual de um artista ainda pouco conhecido pelo grande público, apesar da importância do seu trabalho, principalmente no que diz respeito a questões ecológicas e ao diálogo com a cultura popular e o povo sertanejo. Juraci Dórea (1944, Feira de Santana, BA) é artista visual e arquiteto. Pioneiro da integração da arte com a paisagem na arte brasileira, realiza uma obra imbricada no sertão da Bahia e, mais especificamente, dialoga com a civilização do couro, cuja tradição ainda subsiste na região conformada entre Monte Santo, Canudos e  Feira de Santana, onde reside e trabalha. Participou de diversas exposições no Brasil e no exterior. Idealizou, em 1996, o Museu de Arte Contemporânea de Feira de Santana.

Museu da Cidade de São Paulo: Capela do Morumbi
Adrián Balseca
Curadoria: Gabriela Rios
Data: 25/7 - 15/11/2020

Adrián Balseca (1989, Quito, Equador) realizará uma instalação na Capela do Morumbi, unidade do Museu da Cidade de São Paulo, em diálogo com sua história. Com elementos ensaísticos, sua pesquisa aborda dinâmicas extrativistas e seus impactos ao meio-ambiente. Participou da 21ª Bienal de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil (São Paulo, SP, 2019) e da 1ª osloBIENNALEN (Noruega, 2019 - 2024). É membro fundador do grupo La Selecta-Cooperativa Cultural e parte do coletivo de arte comunitária Tranvía Cero, ambos com sede em Quito.

Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP)
Regina Silveira
Curadoria: Ana Magalhães e Helouise Costa
Data: 29/8/2020 - 2/8/2021

Exposição retrospectiva de Regina Silveira. Silveira (1939, Porto Alegre, RS). Mestre e doutora em Arte pela ECA – USP, onde também foi professora, Silveira é uma expoente da arte conceitual e da experimentação de linguagens e meios, tendo sua trajetória entrecruzada com a própria história do MAC USP. Essa exposição concentra-se nas obras da artista que integram o acervo do museu, um conjunto que neste ano recebe um importante acréscimo com uma nova doação. Desde os anos 1960, realiza exposições individuais e participa de coletivas selecionadas, no Brasil e exterior. Participou das 16ª, 17ª e 24ª Bienais de São Paulo (1981, 1983, 1998) e de inúmeras outras grandes exposições, como: Bienal de Curitiba (SC, 2013 e 2015); Bienal do Mercosul (Porto Alegre, RS, 2001 e 2011); Bienal de La Habana (Cuba, 1986, 1998 e 2015); 6ª Taipei Biennial (Taiwan, 2006); 2ª Setouchi Triennale (Japão, 2016) e 1a BienalSur (Argentina, 2017). Vive em São Paulo (SP).  

Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP)
Trajal Harrell em Histórias da dança
Curadoria: Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP; Julia Bryan-Wilson, curadora-adjunta de arte moderna e contemporânea, MASP; Olivia Ardui, curadora-assistente, MASP
Data: 26/6 - 5/11/2020 

Performance do coreógrafo americano Trajal Harrell (1973, Douglas, GA, EUA) integra o eixo Histórias da dança, que norteia a programação do Museu de Arte de São Paulo em 2020. Internacionalmente premiado, Harrell apresentou seu trabalho em festivais na Europa, Canadá e Brasil, e espaços como The Kitchen (Nova York, EUA), Walker Art Center (Minneapolis, EUA) e REDCAT (Los Angeles, EUA), entre outros. Realizou performances no contexto das artes visuais em instituições como MoMA, MoMA PS1, The New Museum e The Bronx Museum (Nova York, EUA), Fondation Cartier pour L’art Contemporain (Paris, França), Centre Pompidou-Metz (Metz, França) e Fundação Serralves (Porto, Portugal).

Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM São Paulo)
Jaider Esbell
Data: setembro - dezembro de 2020

Ampla mostra sobre o trabalho e o papel catalisador do artista Macuxi Jaider Esbell (1979, Normandia, RR). Esbell viveu até aos 18 anos na região que hoje corresponde à Terra Indígena Raposa Serra do Sol, quando então se mudou para Boa Vista, a capital do estado de Roraima. Sua primeira atuação de grande visibilidade foi com o prêmio/bolsa Funarte/MINC, um fomento a novos escritores, em 2010. O produto é a obra literária “Terreiro de Makunaima – mitos, lendas e estórias em vivências”. Em 2011, realizou, em Normandia (RR) sua primeira exposição com autocuradoria e, em 2013, organizou o I Encontro de Todos os Povos. Estas três realizações evidenciam sua trajetória e atuação ao projetar o Sistema AIC – Arte Indígena Contemporânea. Com o termo coletividade, Esbell atua de forma múltipla, combinando o papel de artista, curador, escritor, educador, promotor e catalisador cultural. Suas visões de mundo figuram hoje entre os maiores nomes do “pensamento indígena” brasileiro.

Museu Lasar Segall
Lasar Segall: o eterno caminhante
Curadoria: Giancarlo Hannud
Data: outubro - dezembro 2020

Exposição de longa duração do acervo do Museu. Antes de mudar-se para o Brasil, Lasar Segall (1889, Vilnius, Lituânia – 1957, São Paulo, SP) viveu na Alemanha entre 1906 e 1923, onde aderiu às estética de vanguarda que desafiavam as linguagens artísticas tradicionais. Radicado no Brasil, Segall incorporou-se ao nascente movimento modernista, sendo um de seus expoentes e consolidando-se, ao longo de sua vida, como um dos grandes nomes da arte moderna brasileira. Durante a sua trajetória artística, escreveu e publicou textos, proferiu conferências e, sobretudo, pintou, gravou e esculpiu incessantemente. 

Oficina Cultural Oswald de Andrade
Conversas públicas
Data: outubro 2019 - julho de 2020

No contexto da promoção de situações que possibilitem uma pluralidade enriquecedora de posicionamentos e pontos de vista, a Oficina Cultural Oswald de Andrade recebe falas e encontros com artistas, curadores e especialistas que participam da 34ª Bienal  – as primeiras ações a compor a programação pública da mostra.

Paço das Artes
Seminário Internacional de Arte Contemporânea 2020
Organização: Priscila Arantes e Vinicius Spricigo
Data: 18 e 19/9/2020

Desde sua primeira edição, em 2005, o Seminário Internacional do Paço das Artes cria um espaço de diálogo e troca entre instituições, artistas e pesquisadores nacionais e internacionais para refletir sobre temas relacionados à arte e à cultura contemporânea. Neste ano, o evento acontecerá no Auditório do Pavilhão Ciccillo Matarazzo e abordará a possível atualidade do debate sobre a pós-colonialidade, discutindo seus limites e suas intersecções com a produção artística contemporânea.

Pinacoteca de São Paulo / Estação
Joan Jonas
Curadoria: Berta Sichel
Data: 9/5 - 12/10/2020

Primeira exposição individual de um dos nomes mais importantes da performance dos anos 1960. Joan Jonas (1936, Nova York, EUA) é reconhecida por suas obras multimídias que tipicamente englobam vídeo, performance, instalação, som, texto e desenho. Pioneira da videoarte e da performance, seus projetos e experimentações influenciaram profundamente o desenvolvimento dessas linguagens. Internacionalmente premiada e com centenas de exposições individuais e coletivas no currículo, Jonas participou da Documenta V, VI, VII, VIII, XI e XIII (Kassel, Alemanha) e representou os Estados Unidos na 56ª Bienal de Veneza (2015). Vive em Nova York (EUA).

Pivô
Beatriz Santiago Muñoz
Curadoria: Fernanda Brenner
Data: 29/8 - 24/10/2020

Beatriz Santiago Muñoz (1972, San Juan, Porto Rico) ocupa o espaço principal do Pivô com uma seleção de trabalhos de diferentes períodos de sua trajetória, que investiga as possibilidades e formatos da imagem em movimento. Sua pesquisa se dá no limiar entre a ficção e o documental e se apoia em estudos pós-coloniais e feministas, além da etnografia experimental, para construir um universo visual carregado de mitologias locais, pesquisas históricas e sobretudo informado pelo contato direto e pelas trocas que estabelece com seus interlocutores, sejam eles atores ou não-atores. 

Sesc Carmo
Eleonora Fabião
Abertura: 1/9, 19h. Visitação: 2/9 - 30/12/2020

Proposição da performer e teórica carioca sobre o papel da performance na arte contemporânea. Eleonora Fabião (1968, Rio de Janeiro, RJ) realiza trabalhos nas ruas desde 2008. Se interessa por poéticas e éticas do estranho, do encontro e do precário. É professora da Pós-Graduação em Artes da Cena e do Curso de Direção Teatral na Escola de Comunicação da UFRJ. É Doutora em Estudos da Performance (New York University), Mestre em Estudos da Performance (New York University) e Mestre em História Social da Cultura (PUC-RJ).

Sesc Interlagos
Abel Rodríguez
Curadoria: José Roca
Abertura: 29/8, 11h. Visitação: 29/8 - 29/11/2020

Diálogo entre Abel Rodríguez e outros artistas contemporâneos sobre as questões indígenas e ecológicas que seu trabalho discute. Nascido na Amazônia colombiana, Abel Rodríguez (c. 1944, região de Cahuinarí, Colômbia) foi criado para se tornar um profundo conhecedor de plantas. Ao ser convidado para ser o guia local de uma expedição realizada por uma ONG que estuda a floresta tropical, conheceu um biólogo que, anos depois, o convidou para trabalhar como um especialista na flora local e deu a ele ferramentas para realizar desenhos botânicos. Suas ilustrações são criadas com base em suas memórias e nos conhecimentos adquiridos por tradições orais. Em 2008, seus desenhos foram exibidos no Museo Botero, em Bogotá, abrindo espaço para que sua obra seja mostrada em inúmeras exposições no continente americano e na Europa, incluindo a Documenta XIV (Kassel, Alemanha).

Sesc Pompeia
Alfredo Jaar
Curadoria: Moacir dos Anjos
Abertura: 2/9, 20h. Visitação: 3/9/2020 - 24/1/2021

Ampla e aguardada exposição antológica de um dos mais importantes artistas chilenos contemporâneos. Artista, arquiteto e cineasta, Alfredo Jaar (1956, Santiago, Chile) é mais conhecido por suas instalações, que geralmente incorporam fotografias e abordam temas de natureza sócio-política. Sua obra foi extensivamente exibida por todo o mundo. Participou das 42ª, 52ª, 53ª e 55ª Bienais de Veneza (1986, 2007, 2009, 2013), 19ª, 20ª e 29ª Bienais de São Paulo; e Documenta VIII e XI (Kassel, Alemanha). Realizou mais de 60 intervenções públicas em todo o mundo. Vive em Nova York (EUA).  

Videobrasil
Programas de vídeo: Acervo Histórico Videobrasil em diálogo
Data: 5/9 - 6/12/2020 

Conjunto de programas de vídeo apresentados periodicamente no auditório do Pavilhão da Bienal. Os programas propõem relações entre obras de artistas integrantes da 34ª Bienal de São Paulo e o acervo da Associação Cultural Videobrasil.

  

No Pavilhão da Bienal

No Pavilhão da Bienal, como anunciado previamente, além da mostra coletiva que acontece de setembro a dezembro, exposições individuais e eventos performáticos são apresentados a partir de fevereiro. Todas as atividades têm entrada gratuita.

Ximena Garrido-Lecca 
exposição individual 
8 de fevereiro a 15 março

Neo Muyanga
performance
8 de fevereiro de 2020, 11h

Exposição coletiva
3 de outubro a 13 de dezembro de 2020*

*Devido a pandedmia de covid-19, o calendário da 34ª Bienal de São Paulo sofreu ajustes para garantir a segurança dos visitantes, artistas e colaboradores. 

Faz Escuro Mas Eu Canto

Encarado mais como uma afirmação que como um tema, o título da 34ª Bienal de São Paulo, “Faz escuro mas eu canto”, é um verso do poeta Thiago de Mello, publicado em livro homônimo do autor em 1965. Em sua obra, o poeta amazonense fala de maneira clara dos problemas e das esperanças de milhões de homens e mulheres ao redor do mundo: “A esperança é universal, as desigualdades sociais são universais também (...). Estamos num momento em que o apocalipse está ganhando da utopia. Faz tempo que fiz a opção: entre o apocalipse e a utopia, eu fico com a utopia”, afirma o escritor. Jacopo Crivelli Visconti completa: “por meio de seu título, a 34ª Bienal reconhece o estado de angústia do mundo contemporâneo enquanto realça a possibilidade de existência da arte como um gesto de resiliência, esperança e comunicação”.

34ª Bienal de São Paulo – Faz escuro mas eu canto
Equipe curatorial
Curador geral: Jacopo Crivelli Visconti
Curador adjunto: Paulo Miyada
Curadores convidados: Carla Zaccagnini, Francesco Stocchi e Ruth Estévez 
Editora convidada: Elvira Dyangani Ose em colaboração com The Showroom, London