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O retorno de Jeff Koons à Bienal
29 Set 2011
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Participante da 25ª edição, Jeff Koons retorna ao Pavilhão Bienal na mostra Em Nome dos Artistas, reafirmando seus valores

Dos 51 artistas participantes da exposição Em nome dos artistas, 7 participaram das Bienais de São Paulo. São eles: Sherrie Levine – 24ª Bienal (1988); Jeff Koons – 25ª Bienal (2002); Shirin Neshat – 25ª Bienal (2002); Tom Sachs – 26ª Bienal (2004); Felix Gonzalez-Torres – 27ª Bienal (2006); Rirkrit Tiravanija – 27ª Bienal (2006); Nan Goldin – 29ª Bienal (2010).

Talvez o mais conhecido deles, o estadunidense Jeff Koons teve uma sala especial na 25ª Bienal:

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Vista sala especial Jeff Koons na 25ª Bienal

No dossiê do artista, encontra-se uma entrevista realizada por Ivy Fernandes para o jornal Valor Econômico de São Paulo em 14 de agosto de 2001. Nela, Koons fala sobre a questão de tanta hostilidade à sua forma de arte por parte dos críticos:

"Porque meu objetivo principal é comunicar-me com todas as pessoas, não só com uma elite, utilizando coisas simples do passado, da nossa infância, como brinquedos, animais de pelúcia, ou seja, objetos que nos davam aquela sensação de segurança e tinham tanto poder de sedução".

Quando perguntado sobre a função elementar que a sexualidade tem na sua obra, ele afirmou:

"Aprendemos desde pequenos que sexo é feio, deve ser no escuro, tem de ser escondido, e carregamos todos esses preconceitos pela vida inteira, quando o sexo é vida, cor, emoção, beleza, reprodução, continuação. É uma constante na vida animal, na reprodução das flores. O sexo está em tudo, circunda a nossa vida. [...] O meu desejo é que as pessoas se reapropriem da sexualidade, que consigam viver sem falsos pudores, sem hipocrisia, sem conflitos sem medo de ser julgadas. O meu trabalho é este: fazer, por meio das obras de arte, que as pessoas se sintam melhor, mais confiantes em si mesmas e sem nenhum receio de aproveitar a vida".

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Niagara (
2000) de Jeff Koons. Óleo sobre tela, 300x430 cm, exposta na 25ª Bienal

Dez anos depois, ele continua afirmando esses valores em seu discurso, como pudemos conferir na sabatina da Folha/UOL, realizada no Auditório Ibirapuera no dia 27 deste mês, minutos antes da inauguração da exposição Em nome dos artistas. Ele voltou a repetir, quase como um mantra:

"To accept yourself... to be comfortable with oneself... to trust in yourself... to remove judgments is to remove anxiety... the acceptance of others is the true transcendence..." ["Aceitar a você mesmo... estar confortável consigo mesmo... confiar em você... eliminar julgamentos é eliminar ansiedade... aceitar ao outro é a verdadeira transcendência..."