Tomie Ohtake completa 100 anos no dia 21 de novembro de 2013. Nascida em Kyoto, a artista veio para o Brasil em 1936 e começou a pintar aos 40 anos de idade. Em 1960 já ganharia reconhecimento com o Prêmio Probel de Pintura do Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Embora difícil de ser encarada, uma análise da obra desta artista pode se tornar uma tarefa fácil: basta deixar-se levar pelo olhar, deter-se em cada obra e procurar relacionar várias delas - Miguel Chaia
Uma matéria do jornal O Estado De São Paulo classifica o prêmio de 150 mil cruzeiros como “um dos maiores atribuídos no Brasil”. Entre os membros do Júri dessa premiação, estavam o presidente do Museu, Ciccillo Matarazzo, o artista Alfredo Volpi e o crítico Mário Pedrosa, que seria no ano seguinte o diretor artístico da 6ª Bienal de São Paulo, a primeira edição da mostra que Tomie Ohtake participou. Nas próximas décadas a artista também esteve presente na 7ª, 8ª, 9ª, 18ª, 20ª, 23ª e 24ª Bienais. Atualmente integra a exposição 30 × Bienal, em cartaz no Pavilhão da Bienal até 8 de dezembro de 2013.
Na 8ª Bienal (1965), suas obras Vermelho e Roxo foram adquiridas pelo Ministério de Relações Exteriores.
Uma escultura da artista, criada em ferro tubular e suspensa por fios invisíveis, ganhou lugar de destaque no grande vão do pavilhão na 23ª Bienal, em 1996. Algumas imagens da montagem da obra realizada sob a supervisão da artista:
Um texto de Miguel Chaia de 1982, encontrado no dossiê, traz uma reflexão sobre a obra da artista. Segundo Chaia, “[...] poucos artistas conseguem construir um universo eminentemente pictórico, como o faz Tomie, criando obras de arte vivas”, que “não escondem outras intenções senão aquela de criar espaços e relações de cores (...) uma pintura direta”.
E acrescenta: “Embora difícil de ser encarada, uma análise da obra desta artista contemporânea pode se tornar uma tarefa fácil: basta deixar-se levar pelo olhar, deter-se em cada obra e procurar relacionar várias delas. Basta deixar-se envolver pela satisfação da descoberta de um caminho claro nas artes, consentindo em ser guiado pela própria obra”.