Como homenageada no desfile da escola Nenê da Vila Matilde, a Bienal foi um dos destaques do Carnaval de 2004. De fato, este foi um ano que a Bienal de São Paulo esteve na "boca do povo".
Primeiro pela minissérie da Rede Globo Um só coração, em comemoração aos 450 anos de São Paulo, que tinha como protagonista Ana Paula Arósio, no papel de Yolanda Penteado, e Edson Celulari, como Ciccillo Matarazzo. A minissérie obteve um grande sucesso de público e crítica, contando a história da cidade desde a década de 1920 com a Semana de Arte Moderna até a Festa do IV Centenário de São Paulo, em 1954 - período em que a cidade passou a ser uma grande metrópole.
Pouco tempo depois, no sambódromo paulistano, ficção e realidade se encontraram: os atores e os funcionários da Bienal desfilaram em alas que homenageavam as grandes obras que foram expostas durante as Bienais:
A ala dos funcionários, amigos e colaboradores da Bienal homenageava a série de pintura Brasiliana, de Antonio Henrique Amaral. De outubro a fevereiro os ensaios ocorreram tanto na Vila Matilde como no Pavilhão Bienal.
Vale lembrar que esta não foi a primeira vez que a Bienal de São Paulo foi homenageada no Carnaval. Em 1989, com o tema "De Portugal à Bienal no país do carnaval", a escola de samba Unidos da Tijuca levou o meio artístico ao sambódromo carioca.
Samba-enredo 2004
Nenê da Vila Matilde
A Águia Voa para o Futuro, Que Legal, É a Bienal no Carnaval São Paulo 450 Anos
Raiou o dia
A Vila vem cantar a Bienal
É poesia
Nenê é arte
Do mais puro carnaval
São Paulo me leva
Hoje eu vou festejar contigo
Nesse palco definitivo
Quando o mecenas sonhador
Criou um pólo cultural
E a visão do modernismo reluziu
A arte projetou nosso Brasil
Olhando o futuro
Novos tempos, transformação
Era a cidade
Num momento de ebulição
Depois que a Guerra eclodiu
A nova ordem surgiu
Ganhavam o mundo conceitos da América
As instituições, a arte em comunhão
A verdadeira expressão
Na plenitude se viu
Diversos artistas de várias tendências
A riqueza da miscigenação
A bateria tocou
Bem forte no coração
Comunidade é força, raça e pé no chão
Minha cidade a sorrir
Ao ver meu samba passar
E pôs a arte no contexto popular.