Em comemoração ao Dia Nacional da Botânica, celebrado no último dia 18 de abril, a Fundação Bienal de São Paulo e o Instituto de Botânica realizaram o evento Incerteza viva: aproximações entre arte contemporânea e botânica na 32ª Bienal. O encontro marcou o início da parceria entre a Bienal e o Instituto, a fim de difundir a arte contemporânea e as discussões trazidas pelo projeto da 32ª edição que demandam colaboração de especialistas em Botânica e seus conhecimentos em plantas, obtenção de espécies, formas de vida de outros reinos, ambientes controlados para sobrevivência de culturas, entre outros.
Registro do evento Incerteza viva: aproximações entre arte contemporânea e botânica. ©Pedro Ivo Trasferetti / Fundação Bienal de São Paulo
A arte se alimenta de incertezas
Partindo de uma contextualização sobre a importância da noção de incerteza para a 32ª Bienal de São Paulo, o evento enfocou a relevância da aproximação com a botânica para cinco projetos de artistas que integrarão a exposição: Carla Filipe (Portugal), Ruth Ewan (Reino Unido), Pia Lindman (Finlândia), Nomeda e Gediminas urbonas (Lituânia/EUA) e Rikke Luther (Dinamarca).
Saloio (2011), performance e instalação composta de produtos agrícolas. Criação da artista da 32ª Bienal Carla Filipe, com performance da cantora Amélia Muge na Estufa Tapada das Necessidades, em Lisboa
Cultivo de hortas, ocupação do espaço público, migração, extinção, propriedades purificadoras, plantas alimentícias não convencionais, agricultura e concepções de tempo, micélio, micetozoários são temas nos projetos artísticos em processo
Back to the Fields (2015) da artista da 32ª Bienal Ruth Ewan no Camden Arts Centre, Reino Unido. Foto: Marcus J Leigh
Em discussão estiveram a importância poética nos projetos que estão em processo e versam sobre temas como: cultivo de hortas e ocupação do espaço público urbano; migração, extinção, propriedades purificadoras e curativas de espécies vegetais; plantas alimentícias não convencionais; relação entre agricultura e concepções de tempo; o uso de micélio no "cultivo" de objetos vivos para fins utilitários e decorativos; os micetozoários e seu potencial como modelo de inteligência ecológica.
Não é a primeira vez que a Bienal realiza uma parceria com o Instituto de Botânica. A instituição foi responsável pela obtenção e empréstimo das palmeiras que integravam a obra do artista argentino Rirkrit Tiravanija, concebida para a 27ª Bienal de São Paulo - Como viver junto (2006). Intitulada Palm Pavilion [Pavilhão das Palmeiras], a instalação que reconstruía a Casa Tropical de Jean Prouvé integra hoje o acervo do Instituto Inhotim.