“Foi iniciada uma campanha internacional para boicotar a X Bienal que chegou aos Estados Unidos, França, México, Holanda, Suécia e Argentina, conseguindo o apoio e a simpatia de muitos artistas consagrados para a causa. Talvez pela primeira vez um grande grupo de artistas plásticos tenha conseguido se organizar a ponto de colocar o governo militar na defensiva. (…) O momento parecia pendular entre inovação e reação. Era inevitável que, em meio a essa realidade, a ideia de “decadência” rondasse os pavilhões e os meios da Bienal: “A X Bienal foi uma paródia de outras, mas triste e insignificante. A crise, porém, não é só da Bienal de São Paulo. A de Veneza passou agora por uma reforma para ver se sobrevive”, diria Mário Pedrosa, alargando os horizontes e o contexto da crise que atingia a arte”.
ALAMBERT, Francisco e CANHÊTE, Polyana. As Bienais de São Paulo da era do Museu à era dos curadores (1951-2001). São Paulo: Boitempo Editorial, 2004, p.124
“Na França, escreve Aracy Amaral, liderados pelo crítico de arte Pierre Restany, ‘em uma reunião no Musée d’Art Moderne, 321 artistas e intelectuais assinaram, no dia 16 de junho, um manifesto Non à la Biennale, baseado na declaração de testemunhas e na documentação relativa à censura no Brasil’. O manifesto foi veiculado também nos Estados Unidos (The New York Times) e na Itália (Corriere della Sera)”
FARIAS, Agnaldo (org.). Bienal 50 Anos, 1951-2001. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 2001, p.147