“Antes de tudo, a Bienal de São Paulo veio ampliar os horizontes da arte brasileira. Criada literalmente nos moldes da Bienal de Veneza, seu primeiro resultado foi romper o círculo fechado em que se desenrolavam as atividades artísticas no Brasil, tirando-as de um isolamento provinciano. Ela proporcionou um encontro internacional em nossa terra, ao facultar aos artistas e ao público brasileiro o contato direto com o que se fazia de mais ‘novo’ e de mais audacioso no mundo”
PEDROSA, Mario. “A Bienal de cá para lá” (1970). In MAMMI, Lorenzo (org.). Arte – Ensaios. São Paulo: Cosac Naify, 2015, pp.440-508.
“A Arte Moderna, por definição audaciosa fatalmente teria clima favorável neste panorama, em que o surto do progresso industrial é um frenético estímulo a todas as ousadias. Não foi sem razão, pois, que nesta capital, em 1922, irrompeu o ataque dos bandeirantes da Semana da Arte Moderna. Por essa época, que a passagem veriginosa do tempo faz parecer remota, sendo de ontem, aqui já predominavam os elementos de ação e dinamismo que fizeram de São Paulo o centro natural do modernismo brasileiro”.
FILHO, Simões. “A Bienal de São Paulo”. In I Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo: Museu de Arte Moderna de São Paulo, 1951, p.10 (catálogo de exposição)
“Por sua própria definição a Bienal deveria cumprir duas tarefas principais: colocar a arte moderna do Brasil, não em simples confronto, mas em vivo contato com a arte do resto do mundo, ao mesmo tempo que para São Paulo se buscaria conquistar a posição de centro artístico mundial. Era inevitável a referência a Veneza; longe de fugir-se a ela, procurou-se tê-la como lição digna de estudo e, também, como um estímulo encorajador”.
MACHADO, Lourival Gomes. “Introdução”. In I Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo: Museu de Arte Moderna de São Paulo, 1951, pp.14-15 (catálogo de exposição)